Com o advento da internet nos anos 1990, a EaD ingressou em uma nova fase. Plataformas digitais passaram a ser utilizadas para promover a interação entre professores e alunos, por meio de fóruns, e-mails, videoconferências e ambientes virtuais de aprendizagem.
Um marco legal importante ocorreu em 1996, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que reconheceu oficialmente a EaD como modalidade legítima. Na década seguinte, o governo federal criou políticas públicas específicas, como o Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), que ampliou significativamente a oferta de cursos superiores públicos a distância, especialmente para regiões com carência de instituições presenciais.
-
4. A consolidação com a pandemia e os caminhos do futuro
A pandemia de COVID-19, entre 2020 e 2022, provocou uma reconfiguração abrupta e profunda do modelo educacional tradicional. Escolas e universidades migraram para o ensino remoto emergencial, enfrentando desafios como a desigualdade no acesso à tecnologia e a adaptação pedagógica de docentes e discentes.
Apesar das dificuldades, esse período marcou um salto na familiaridade com ferramentas digitais, expandindo a aceitação da EaD como parte integrante da formação contemporânea. O Censo da Educação Superior de 2022 confirmou essa virada histórica: pela primeira vez, o número de ingressantes em cursos a distância superou os dos cursos presenciais. A EaD, antes vista como alternativa, passou a ocupar o centro das discussões sobre o futuro da educação.
-
5. EaD e Inteligência Artificial: novos horizontes pedagógicos
Atualmente, a Educação a Distância entra em uma nova era impulsionada pela Inteligência Artificial (IA). O uso de algoritmos, modelos preditivos e sistemas inteligentes está revolucionando a forma como o conhecimento é produzido, distribuído e personalizado.
Plataformas educacionais baseadas em IA conseguem adaptar o conteúdo de acordo com o perfil do estudante, identificando dificuldades e sugerindo trilhas de aprendizagem personalizadas. Assistentes virtuais e tutores automáticos oferecem suporte em tempo real, ampliando o acompanhamento individualizado. Além disso, ferramentas de análise de dados educacionais (learning analytics) permitem que professores tomem decisões mais precisas sobre o progresso dos alunos.
No contexto da EaD, a IA tem o potencial de reduzir a evasão, melhorar a experiência do estudante e tornar o processo de ensino-aprendizagem mais interativo, inclusivo e eficiente. No entanto, seu uso também levanta questões éticas importantes, como a proteção de dados e a necessidade de garantir que as tecnologias sejam acessíveis a todos.
A convergência entre EaD e IA aponta para um modelo educacional mais dinâmico, centrado no estudante e orientado por dados, onde o conhecimento é construído de maneira mais autônoma, colaborativa e responsiva aos desafios do século XXI.